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Desenvolvido gel voltado ao estudo de doses de radiação para planejamento em radioterapia

  • Publicado: Quarta, 22 de Setembro de 2021, 10h26
  • Última atualização em Quarta, 22 de Setembro de 2021, 20h11


A simulação é importante para o planejamento das sessões de radioterapia 

Desenvolvimento de um protocolo de dosimetria utilizando gel polímero tipo nPAG para a região da cabeça foi o título da pesquisa de doutorado de João Henrique Hamann da Silva, sob orientação de José Guilherme Pereira Peixoto, defendida dia 20 de setembro, pelo Programa de Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria do IRD.  O objetivo do trabalho foi avaliar e desenvolver uma nova ferramenta de controle de qualidade na área da radioterapia, associando um gel dosímetro a um fantoma de cabeça, que permite realizar estudo de doses no tratamento de tumores.

O tratamento oncológico utilizando radiação aumentou sua complexidade ao longo dos anos. O desenvolvimento dos equipamentos, sistemas e técnicas resultou em modalidades como o planejamento de tratamento em três dimensões (3D), a terapia por intensidade modulada do feixe (IMRT), a radioterapia conformal e convencional, a radioterapia guiada por imagens (IGRT) e a radiocirurgia estereotáxica.  O objetivo sempre é a otimização da dose no volume-alvo, ou seja a dose mais eficiente para tratar a área pretendida, conservando tecidos e órgãos saudáveis e alcançando a melhor precisão possível.

“Para um devido tratamento oncológico, é necessário que a dose absorvida pelo paciente nos órgãos a serem irradiados seja o mais próxima possível à dose prescrita pelo médico radioterapeuta”, explica João Henrique Hamann, tecnólogo em radiologia, mestre em Engenharia de Materiais, que trabalha no Hospital das Clínicas do Paraná. Ele destaca ainda que o Brasil possui um Laboratório de Dosimetria Padrão Secundário designado junto ao Inmetro, o Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes (LNMRI) do IRD. “Como norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear, temos que o conjunto dosimétrico de cada serviço oncológico deve ser calibrado a cada dois anos”, acrescenta.

No trabalho, foi utilizado simulador da região cabeça preenchido com gel balístico e gel dosímetro. Estes consistem em uma solução baseada em gelatina que simula a densidade dos tecidos moles do corpo humano. Gel dosímetro preencheu a região de tronco encefálico, simulando desta forma um volume para tratamento. Após o preenchimento com o gel, o conjunto foi submetido aos procedimentos de tomografia computadorizada e raios-X digital, além de ressonância magnética. Amostras de gel dosímetro foram preparadas com nova formulação química, objeto de patente pelo pesquisador para a determinação da curva de calibração. Foram então irradiadas em um acelerador linear da Oncoville, clínica radioterápica em Curitiba.

Os géis  empregados (ágar e dosimétrico) apresentam em sua constituição química aproximadamente 80% água e são adequados como material equivalentes ao tecido humano para simulação de tratamentos em radioterapia. Doze amostras foram irradiadas com diferentes valores de doses, entre 5 e 30 Gray, e duas outras não-irradiadas serviram como amostras-padrão. O objetivo era verificar se a formulação apresentava sensibilidade para o intervalo de dose e energia do feixe de irradiação para um tratamento por radiocirurgia estereotáxica.

 O conjunto fantoma antropomórfico da região de cabeça contendo os géis foi fixado em uma máscara para posicionamento utilizada nas sessões de radioterapia com o intuito de obter imagens por tomografia computadorizada, realizada na Clínica Oncoville.  Programas e sistemas de simulação foram utilizados para planejamento de tratamento. Imagens por ressonância magnética e raios X foram executadas no Hospital de Clínicas do Paraná. Como resultados, o estudo demonstrou que o sistema dosimétrico desenvolvido é estável para verificar a distribuição de doses de radiação. Além disso, possui sensibilidade constante, independente da energia do feixe e da taxa de dose depositada no tempo pelo equipamento, entre outras características desejáveis.

VÍDEO
Hamann fala sobre a pesquisa, em menos de um minuto.

 

Lilian Bueno/ Ascom IRD

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